domingo, 14 de fevereiro de 2010

Um Inverno. Com Sol, por favor.

Estou olhando meu mapa astral como se fosse um puzzle a ser resolvido. Talvez porque passei o dia jogando no computador.
Também estou olhando o filme "A Casa do Lago", o que é bem incoerente: um filme romântico e calmo no feriado de Hallow... ops, Carnaval.
Vendo Sandra Bullock cheia de casacos na neve, fiquei com saudade de inverno. Como estou no Rio, aqui não há nem previsão de que um dia se possa usar um casaco de lã. Ainda mais com o planeta esquentando cada ano mais...
E, com saudade do inverno, percebi porque demorei tanto pra gostar, ou voltar a gostar, de frio e vento gelado no rosto: no inverno passado, eu não aproveitei as coisas boas. Estava ocupada demais ficando deprimida e intocada em um quarto azul-esverdeado, preocupada demais com o que deveria fazer de modo que não era possivel fazer nada.
Nessa ocupação toda, não lembrei de acordar e fazer chocolate quente.
Não lembrei de ficar feliz por usar um casaco elegante, no maior estilo europeu.
Não lembrei de namorar, nem de dividir edredom.
Não tirei fotos, não andei pela cidade nos dias mais frios quando todos querem é ficar em casa, não fiz canja pra curar resfriado.
Não perdi a hora em cafeterias aconchegantes lendo um livro fantástico.
Não conversei com minhas amigas ao teleone enrolada em mantas quentes, dando risada da vida.
Não melhorei a decoração do quarto para que ficasse totalmente colorida, dando brilho para o branco da neve inexistente, mas presente em Porto Alegre.
Não aproveitei a sensação de quando o termômetro marca 5 graus e as cores e luzes trazem consigo um nó no peito de quase não aguentarmos a beleza de um momento insubstituível e muito próximo da perfeição.
Eu amo um frio. Quando faz frio fora e calor dentro, quando é possível acolher o próprio corpo nele mesmo, ou talvez seria a primeira a alma, e não o corpo, em um encontro que só é possível quando se escolhe, mas não se força nada.
Eu amo pijamas apeluciados, pantufas de bichinho e amores acolhidos do vento forte.
Eu amo não perder tempo, nem estações.
Eu me proponho a fazer mais das coisas que eu amo.

Referência do dia: o filme mela-cueca com trilha sonora de mulherzinha (ótima trilha, por sinal) "A Casa do Lago".

Nenhum comentário:

Postar um comentário