quinta-feira, 22 de abril de 2010

eu fico bem

eu fico tão bem no espelho quando eu sou minha designer favorita
eu fico tão bem naquele espelho quando eu trabalho sem tempo pra ficar cansada
eu fico bem, muito bem no epelho quando os neurônios estão e debatendo por uma idéia
eu fico tão bem naquele espelho, e é engraçado como os olhos olham diferente pra ele
quando os olhos olham diferente pra mim e quando o ego, propriamente carregado (sem excessos, sem faltas) olha pros olhos que olham pro espelho que olha pra mim fala em alto e bom som:
"viu como é bom saber que eu existo? viu como é simples minha existência, diferente da tua, chuva de crises e de incoerências?"
eu fico tão bem no espelho quando a ocupação se direciona pro papel e pras cores...

terça-feira, 9 de março de 2010

Só.

Parto em direção a ti
humildade que não é subestimação.
Parto em direção a ti
Orgulho que não conhece egolatria.

Parto, desfragmento.
Parto em pensamento.
Muitos desenganos
Muitos
A um memorável nascimento.

Porque vi um viver desfalecido
temi-o, antes e depois de entender.
Porque pássaros desnutridos
não cantam senão por última necessidade
de ouvi o próprio canto
em confirmação de pulso.

E só. E só, parto em direção a ti, silencioso e latente eu.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

O que lhe é familiar/O que aceitar

Estar perdida
Acostumei
Estar no escuro
Apaguei
Estar contando
os dias
as vitórias
e estar contando com uma pessoa somente
Re-amei

Estar em um caminho
Não sei
Encontrar sinais
Encontrei
E ainda não sei...
não acostumei

Acostumarei
O tempo e a repetição,
O desconforto vira conforto então
E não desistirei

O que lhe é familiar
Já acabou de criar
O que aceitar?
O novo, o fresco
O inusitado
bizarro, pitoresco
E acostumar-se a não mais estar numa floresta à noite sem bússola...

Referência today: Alanis, "Hand in my pocket" (youtube)

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Um Inverno. Com Sol, por favor.

Estou olhando meu mapa astral como se fosse um puzzle a ser resolvido. Talvez porque passei o dia jogando no computador.
Também estou olhando o filme "A Casa do Lago", o que é bem incoerente: um filme romântico e calmo no feriado de Hallow... ops, Carnaval.
Vendo Sandra Bullock cheia de casacos na neve, fiquei com saudade de inverno. Como estou no Rio, aqui não há nem previsão de que um dia se possa usar um casaco de lã. Ainda mais com o planeta esquentando cada ano mais...
E, com saudade do inverno, percebi porque demorei tanto pra gostar, ou voltar a gostar, de frio e vento gelado no rosto: no inverno passado, eu não aproveitei as coisas boas. Estava ocupada demais ficando deprimida e intocada em um quarto azul-esverdeado, preocupada demais com o que deveria fazer de modo que não era possivel fazer nada.
Nessa ocupação toda, não lembrei de acordar e fazer chocolate quente.
Não lembrei de ficar feliz por usar um casaco elegante, no maior estilo europeu.
Não lembrei de namorar, nem de dividir edredom.
Não tirei fotos, não andei pela cidade nos dias mais frios quando todos querem é ficar em casa, não fiz canja pra curar resfriado.
Não perdi a hora em cafeterias aconchegantes lendo um livro fantástico.
Não conversei com minhas amigas ao teleone enrolada em mantas quentes, dando risada da vida.
Não melhorei a decoração do quarto para que ficasse totalmente colorida, dando brilho para o branco da neve inexistente, mas presente em Porto Alegre.
Não aproveitei a sensação de quando o termômetro marca 5 graus e as cores e luzes trazem consigo um nó no peito de quase não aguentarmos a beleza de um momento insubstituível e muito próximo da perfeição.
Eu amo um frio. Quando faz frio fora e calor dentro, quando é possível acolher o próprio corpo nele mesmo, ou talvez seria a primeira a alma, e não o corpo, em um encontro que só é possível quando se escolhe, mas não se força nada.
Eu amo pijamas apeluciados, pantufas de bichinho e amores acolhidos do vento forte.
Eu amo não perder tempo, nem estações.
Eu me proponho a fazer mais das coisas que eu amo.

Referência do dia: o filme mela-cueca com trilha sonora de mulherzinha (ótima trilha, por sinal) "A Casa do Lago".

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Enquadrar-se

E a moda, e coisa e tal.
Para cada romântico idealista que existe, existe também um cético, muito provavelmente pessimista.
Neste estranho dia de verão eu me dou conta do poder benéfico da moda, a moda, a imagem bem arrumadinha, a maquiagem, a pose, e coisa e tal.
Sabe quando você se vê de cima, ou visualisa a foto de um momento como se já tivessem passado 50 anos daquele dia? Pois assim me fotografei, para olhar de longe.
Em um vestido bem cortado mal se entrevia a tristeza por ver a falta de cultura geral das pessoas que estavam no metrô.
Em um sapato colorido entravam pés que quase me fizeram ficar em casa, sem precisar encarar as mudanças brutas de caminhos que é preciso fazer.
Em um colar, penduravam-se lágrimas não derramadas e palavras agressivas que ficaram no silêncio.
Em uma bolsa casual, milhões de sentimentos que nunca serão compartilhados com qualquer um.
Em uma leve maquiagem, leves e grandes sonhos que talvez não sejam possíveis.
Mantendo a coluna ereta, o olhar sério e os lábios fechados (coisa que muitas mulheres hoje em dia não sabem fazer, mas não vou agora falar de conservadorismo porque leva tempo), ninguém percebia além do vestido, do sapato, do colar, da bolsa, da maquiagem. Portanto, tudo correu em perfeita harmonia, pude me enquadrar no grupo de passageiros sem esforço, sem olhares de estranhamento, talvez despercebida.
E foi assim que, depois um ano após concluir a faculdade de moda, passei a me vestir melhor e entender como é mais fácil viver em um plano superficial. Ou, pelo menos, tentar.

Referência do dia: a exposição lindona da Sophie Calle, "Cuide de você", no MAM RJ.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Esforço

Esforço gera mais energia que gera mais vontade.
Esforço gera recompensas valorizadas.
Esforço gera sensação de merecimento.
Esforço gera menos tempo para neuroses.
Esforço gera potencialização (do que for).
Esforço ensina humildade, que por sua vez ensina a pensar mais nos outros. (tanto "esforço" para chegarmos numa época que vangloria o individualismo pra uns de nós começarmos a pensar que talvez o melhor seria considerar mais os outros)
Esforço dá valor, o que faz da humildade uma virtude ao invés de uma submissão.
Esforço traz conhecimento, o qual por si só fica na prateleira, se exibindo. Somente com o esforço o conhecimento pode ser distribuído e, portanto, fazer sentido.
Esforço combate a depressão
Esforço sem bases na perfeição.
E a besta quadrada que disse que ficar parado era "mais fácil" não considerou o vazio do conforto.

Referência da noite: o filme Yes Man, com o esforçado Jim Carrey.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Nós

Nós vivemos no futuro!

breve brainstorm sobre contemporaneidade e que diabos isso significa

drama em letras (palavras) + um certo sofrimento causado por desapontamento com a merda que as gerações anteriores fez do planetinha ou das doenças das mentes contemporâneas que nos deixaram + conexão entre pessoas da mesma fase (faixa etária) independente de cidade, contanto que tenham internet + valorização da individualidade e de ter o grupo para quando decidir + imagens fodas, maravilhosas, sejam elas oldschool ou altamente digitalizadas ou os 2 + valorização do sentimentalismo de 60 e 70, da paixão pelas causas (mas não valorização de causas) + noção de poder de consumo e de decisão, tudo disponível basta escolher o pack + diálogo com toda informação do mundo que se puder acessar, referências a cada milésimo de segundo + misturas inusitadas entre essas referências + multiintegração (de formatos, diminuem as barreiras entre categorias) + diversão com isso tudo + brincar de faz-de-conta, fantasias inocentes + o momento é importante + google.

Referência do dia: a banda Portugal, the man.

Niverrr

Muito bom receber parabéns de amigos, familiares, ensinadores, pessoas que fazem parte da nossa história!
Aniversário, então!
Chegando aos 24, sinto-me tanto na flor da juventude quanto em uma idade já considerável. Sinto-me tanto tendo já vivido experiências que ensinaram quanto uma fruta verde, que passará por muitas fases da maturidade.
Ok, pode parecer exagero dizer "chegaando aos vinte e quaaaatro", mas vou justificar com uma teoria: considera-se que as pessoas vivem até os 80 e poucos anos. Assim, a faixa dos vinte fica na proporção de 1/4 da vida. Ora, é o início, você não sabe porcaria da vida, mocinha!
Maaaaas - e preste atenção no raciocínio - tem gente que morre aos 40. E como saber?! Então o aniversário de 24 de uma pessoa que vive até os 40 é metade da vida, é uma baita idade já!
Não, brincadeira, eu não fico pensando nisso, por mais que seja verdade.
Eu penso que cada 1/4 é muuuito importante, deve ser vivido conforme aquele momento e deve ser divertido. Mas deve-se também tirar o máximo de conhecimento de cada fase da vida, seja aos 4, aos 24, aos 64... cada tempo nos ensina coisas diferentes.
Acredito que a maturidade não é um conceito velado que se conquista na meia-idade. Acredito, contudo, que é um conceito relativo que nos acompanha, como se houvesse níveis, ou melhor, categorias de maturidade que vai-se conquistando conforme nossas experiências.
Fica um tchauzinho pros 23 e pra tudo que os 23 me trouxe! Fica um sorriso pros 24 e a "sorte" de vivê-lo em uma fase de abraçar a vida, de escolher viver bem, de escolher estar bem, de fazer escolhas dignas, de deixar-me mais emocional e menos crítica, de tentar trocar reclamações por risadas, de tentar trocar um dia chuvoso por um dia de reflexões, de conversar mais com a humanidade.
O legal de fazer aniversário em janeiro é que emenda com os planos de Ano Novo!

Sobre a festa de niver aqui em Porto Alegre, no apartamento da mãe, foi uma graça de festa!!! Minhas amigas queridas vieram, vovó veio, os pais daqui, bolinho e a cena de eu caminhando devagar (por conta da recuperação) pra lá e pra cá!
E de agora em diante eu terei um Flickr novamente, pois ganhei uma máquina fotográfica de aniversário!!! Olha, fora o laptop, eu não ganhava um presente-surpresa assim desde a casinha da Barbie, aos 8!!






Descrição do desenho (a máquina estava carregando durante o niver!)
Cenário: Som tocando Franz Ferdinand, mesa com bolinho, vela do 4 quase incendiando o bolo (o que havia de errado com aquele 4??) e os dois irmãos felinos. E os bonecos de palitinho são o pessoal que veio! Ê! Faltou o Vine e, claro, quem mora no Rio que não tinha como né! Niver bem como eu queria: caseiro, calmo, com as pessoas do meu coração.

domingo, 17 de janeiro de 2010

to be

aesthetic life resolution (in things I do and things I am): to be very beautiful and unusual.

references of the day: my right hand on my blue-green wall and my blue flower tattoo on my right shoulder. Effort and reward.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Céu, nuvens e vento na cara

Estrada, árvores na beira da estrada, grama verdinha, nuvens enormes e vento na cara: uma das 10 melhores maneiras de se perceber vivo, e de ficar muito feliz por isso.

Entre preocupações, stress, dúvidas, preocupações, stress, dúvidas, preocupações, stress e dúvidas (e dívidas, também), não sobra espaço pro céu, pro vento, pra relaxar e entender em primeiro lugar por que a gente faz tanto esforço pra acordar todos os dias e se manter em pé funcionando.

Mas se a moral dessa história é relaxar e aproveitar o vento na cara, por que a gente faz tanta preocupação, stress e dúvidas (e dívidas)?

No seriado Weeds, uma frase me marcou muito, vou citar como lembro: "if you work for a living, than why do you kill yourself working?" (se você trabalha para viver, por que se mata trabalhando?)

Supervalorização do rendimento, do capital por cabeça que você representa para o Estado e para si, para aumentar o nível de vida e o conforto. Acontece que a cada subida dessa escadinha, o degrau de cima parece mais confortável, então você trabalha mais e precisa de mais conforto, e bola de neve. Tudo isso pra que daqui há muitos, mas muitos anos meeesmo, você possa se gabar de ter uma casa com piscina, um carrão na garagem e os ladrões mais famosos da cidade querendo sequestrar seus filhos.

Não quero entrar no mérito dos trabalhos braçais e da quantidade de trabalhos mal remunerados que existe, especialmente no Brasil, mas fica aí o pensamento...

Um pouco de vento na cara pode fazer bem de quando em quando, pra reequilibrar a decisão de aspiração profissional!

Referência da noite: o filme Flakes, com Zooey Deschanel.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Encantos

Hoje eu me apaixonei por este homem:


Como é bom quando uma emoção toma conta do dia e o dia perde as horas e as horas não fazem sentido algum, porque o único tempo que exite é a paixão, e a paixão não pode ser medida.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O primeiro de 365

Espumante, uva, luzes explodindo no céu, listas de Ano Novo. Confesso que este clichê é muito bem vindo uma vez por ano!

Vou até me corrigir: não considero a festa e o clima de virada do ano um clichê. Considero, sim, um costume positivo no qual podemos até prever ó cardápio, a contagem, a moda, a esperança e as promessas de renovar, de fazer melhor (que às vezes acabam antes do carnaval), mas não podemos prever como estaremos nos sentindo no dia 31, porque certamente o ano passado foi diferente: o coração estava diferente, queríamos coisas diferentes, tínhamos um entendimento de mundo diferente. Em um decorrer de doze meses muita coisa muda.

Imagine que nestes trezentos e sessenta e cinco dias, cada dia você sentiu. E o acúmulo de 365 dias sentindo só pode trazer mudanças. Então por mais estranha ou impossível que pareça sua Lista de Ano Novo, considere que ano passado você fez inúmeras mudanças que não estavam na lista e este ano já começa diferente, com os frutos do ano que passou. Ou seja, "ano novo, vida nova", expressão que tanto se usa nestes dias de transição, é algo que se inicia espontaneamente no primeiro dia de um conjunto 365.

Aproveita-se esta onda de novidade espontânea para realizar planos, aproveita-se o período do fim do ano para se propôr territórios ainda não explorados, seguir sonhos grandiosos (geralmente um número que não ultrapassa os dedos da mão) e vontades passageiras (estas, sim, ultrapassam todos os dedos!), utilizar da melhor forma os dias que temos. E quanto será que temos?

Início de ano também me faz pensar em fim de vida, não de uma forma mórbida, pelo contrário, de uma forma incentivadora. Quantos dias será que cada um de nós tem ainda? Quantas adiações nessas Listas de Ano Novo eu já fiz? Será que eu terei mais anos novos para adiar, ou será que é melhor dar-se conta logo que um objetivo grandioso adiado por mais de dois, três anos pode não se realizar por falta de tempo ou, PIOR ainda, cair no esquecimento com a crença conformista errônea de que a vida "é assim mesmo, e se está difícil de realizar, devo desistir"?

Certamente na minha lista entra o item "não usar o conformismo como desculpa" e "não me sentir incapaz de realizar o que eu imaginar" e "usar muito a imaginação positiva". Uma lista inspirada, parcialmente, em um livro de auto-ajuda que me fez pensar em não criticar tanto os livros de auto-ajuda, "O Código da Inteligência", de Augusto Cury.

A referência de hoje não tem nada a ver com nada, mas eu ando esta semana muito admiradora da Rachel Weisz! No filme Três Vezes Amor, ela interpreta uma personagem encantadora. O filme é super light, boa pedida para um dia como hoje, que está tudo fechado e o melhor a fazer é ficar em casa vendo filmes, organizando a casa, beliscando as sobras da ceia e se balançando na rede!

Felicidades para todos em 2010!!!