segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Kids

Em um quadro geral, não me cobram nada. Portanto, eu o faço, de maneira cruel. De maneira que minhas cobranças sejam tão altas que eu me torne muito pequena, e incrédula de alcançá-las. Como se as cobranças tivessem que estar acima das que não me fazem.

O mundo te cobra a sobrevivência. Isso eu faço: respiro diariamente. Tenho fornecimento de comida e água. Até mesmo um local apropriado para dormir apropriadas horas de sono. Também alguma diversão, acesso à Internet, acesso à uma conta bancária.

E em um quadro geral, não tenho produzido coisas significantes, o início da minha carreira. E há dias que nada que eu deveria fazer naquele dia, fiz. E há dias que canso fazendo 20% das tarefas que me obriguei a fazer. E há dias em que eu gostaria de ser criança novamente, porque em relação às cobranças, há dias em que ainda sou: se não há um adulto responsável mandando, não estou fazendo. Que atitude infantil. Dizem que é bom quando os adultos não perdem a criança interior. Mas uma criança tem muitos aspectos, e nem todos são positivos.

Há tornados acontecendo, pessoas perdendo casas, doenças, falta de assistência, o aquecimento global parece não ser realidade pras indústrias que continuam a poluir. E eu aqui, cansada. Cansada de querer e não fazer, de pensar e não concretizar, de reclamar de mim e pôr pedras na minha frente, para que eu continue a reclamar, caminhando no mesmo lugar, se é que isso é possível. Hoje há tornados acontecendo, estou perdendo minha casa, estou emocionalmente doente, não tenho auto-assistência e pareço não ver o que acontece, pois continuo a prejudicar uma situação que já está ruim.

Essa foi a coisa metade viva que fui. Tudo que consegui ser hoje. Nestes dias, agradeço por a Terra girar, pois amanhã pode ser diferente.

Referência da noite: o álbum "You are free", pra animar calmamente.

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