quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Reencontros

É estranho reencontrar pessoas de anos atrás. É mais estranho quando você está sem emprego, sem casa própria, sem muita segurança de si, com dois quilos a mais e precisando fazer um blog.

E é estranho que aquela pessoa não acompanhou o que aconteceu nesses anos todos, e ela vai perguntar coisas como: "E aí, tudo bem?" e você vai dizer, na entonação que sair, "Tudo, e contigo?", e a pessoa vai dizer "Tudo! Que andas fazendo?"

Bom, depende: você quer saber de agora? Ou de todos esses anos em que não nos falamos, em que eu mudei tanto de opinião, de guarda-roupa, mudei de playlist, de cidade, as pessoas em que confio, as coisas que carrego na bolsa, a maneira de desenhar, a postura, as amizades, enfim?!

No que me parece, esses encontros são nada mais que uma declaração que você e aquela pessoa que um dia fez parte da sua vida tomaram rumos diferentes, e não há mais motivos pro retorno, pois se houvesse, um reencontro seria planejado, buscado por uma das partes, ao contrário de um esbarrão na rua.

E tudo bem assim. As pessoas entram e saem de nossas histórias, assim que é. Não é bom nem ruim, simplesmente é. E um vago "Tudo bem!" resolve o fato de que uma ficou no passado da outra, sem remorsos, sem explicações pelo distanciamento. O meu "Tudo bem" disse: "Tudo bem, eu não te conheço mais mas foi bom relembrar daquele tempo! Voltemos às nossas estradas agora!"

Da mesma maneira que nos distanciamos, nos aproximamos de outras pessoas, que no futuro poderão também um dia esbarrar na rua e não nos conhecer mais. E o melhor que temos a fazer é guardar as boas lembranças, esperando que nossos "Tudo bem!" sejam sempre sinceros.

Referência da noite: o filme Encontros e Desencontros (site oficial).

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